sábado, 3 de março de 2012

SEM RAIZ.


[sim, pra quem não aguenta mais ouvir FLOR DE LIS, do Djavan.]





Morto na beleza fria de Maria
Que aquela noite, vendo a aliança sobre o balcão da cozinha,
Senti que eu chorava por excesso de amor e respeito não correspondidos.
Morto na beleza fria de Maria
Que vendo aqueles e-mails, descobri que agora chorava menos por amor
E mais por tristeza, de ainda esbanjar respeito e desejo
A quem sequer merecia o meu “bom dia”
Morto na beleza fria de Maria
Estava meu sentimento
No momento em que fui arrancada das coisas mais simples da sua vida
Com uma desculpa clichê
De que algumas situações deveriam ser evitadas.
E foi assim que eu vi
Nosso amor na poeira, poeira...
E não há beleza,
Nem da mais fria.
Na verdade, nem há Maria.
Se há, ela atende pelo meu nome.
E sim, ressecou, morreu...
E quem sonha com as margaridas
Senão apenas e tão somente eu?

É tão difícil ter que ensaiar um ADEUS.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Rascunho

Fosco
Roto
Tosco.
Me distraio
Me distorço.
Me rabisco
Num esboço
Depois desapego
E me despeço.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Matemática Aplicada


Quando 1 e 1 são 2
Não fica nada explicado:
Esse não é o resultado
Que eu gostaria de ter.


Quando 1+1 é 2
Existe algo errado:
2 é par, é quadrado
Subtraído ainda existe.


E é cada um pra seu lado.

Voltei!!

E prometo só deixar vocês nas próximas férias!!
=)

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Crua

Deixa a lágrima cair
Deixa mesmo que seja cena.
Geme baixo sua dor de dúvida,
Transpira todo gelo desse coração
Paralisado,
Que evita, levita e evita.


Grita,
Porque você não sabe pintar nem tocar nada.
Abafa porque você não tem palco.
E lamenta,
Porque muito se perdeu.
A vida passa e você sufoca desejos,
Canta sozinha seu mantra de compaixão.
Com todo respeito, você se admira,
Levita e se evita
Porque pra você não sobrou espelho
E nem vestido amarelo.


A generosidade não é bonita!!
Você dá seus sonhos a qualquer um
Em troca de passageiros elogios.
Em troca de admiradores que esquecem seu nome,
Esquecem suas cores
E nunca fizeram as perguntas que você tanto ensaiou responder.
Isso é porque eles não se interessam.
Eles não querem nada além do que seus favores.
Eles não guardam o teu cheiro,
Não estudam os seus detalhes
E não se importam se você não dorme.


Você não escreve porque sabe que é tolice
Num mundo de poetas ignorantes.
Seu ego é tão confuso quanto teu corpo
Que não sabe se quer gordo ou magro,
Dourado ou pálido.
E quem hoje quer saber o que uma semi-deusa e uma meia morta pensa?


Desabafa que passa,
Depois apaga que passa um pouco mais.
Porque se guarda, quer passar [à limpo]
E enfeita demais a história,
Camufla demais as falhas,
Inibe demais os gozos.
Porque você se preocupa o tempo todo
Em demonstrar que não se importa
Nem com os pensamentos, nem com pensadores.
Nem a ortografia,
Nem os elogios.
Você não se sabe
E faz de conta não querer saber.
Evita os estudos,
A psicanálise,
O reflexo.
Mas, na sua solidão, bem menos silenciosa que a realidade,
Você se olha, levita e se olha.


Mesmo tendo medo de inflar
Ou sentir pena,
Olha, levita e fecha os olhos.
Fantasioso repudio!!
Você me da nojo
Porque é medrosa
E o campo minado em que pisas é repleto de margaridas,
Pólvora e flores.
Você me enjoa.
Porque inventou um novo idioma
E não o ensina pra mais ninguém
Por medo de perder a exclusividade.
E o fala baixo,
Quase num sussurro,
Por não querer que alguém o decifre.
Porque você subestima tudo,
Até você mesma.


Cobra de Deus sonhos tão possíveis
Porque sua fé não chega nem na calçada da igreja.
E se volta até contra a genética
Por não ter o pouco que quer.
O que você não sabe "bela princesa"
É que esperar não é para ansiosos
Assim como não é para a fome.


Já se foi a velha lágrima,
Já mudou mais uma vez o discurso,
Já veio novamente a pretensão
E a busca por palavras cretinas.
Essas que os pseudo-qualquer-coisa gostam de usar.
Esqueces mesmo tudo tão rápido!!


Você é rio  de alegria e afoga sua grande dor em ti  mesma
E se banha nisso,
E bebe disso,
Se espelha nisso
E brinca de peixe pra ninguém notar
Sua mistura de águas.
Miserável contentamento,
Miserável comodismo.
Miserável e maldita lágrima,
Que no meio do choro, repara que não sabe a razão da dor
E volta a sorrir.
Se sentindo boba e estéril.